Entenda o que é depressão, seu conceito, como esse transtorno afeta os brasileiros, seus principais sintomas e tratamentos.
Muitos dizem que a depressão é o mal do nosso século. Apesar disso, em relação a esse transtorno há ainda muita desinformação e preconceito. Por exemplo, quando se analisa a percepção dos jovens brasileiros sobre o que é depressão, percebe-se que esse assunto ainda é um tabu. No geral, os jovens sabem muito pouco sobre a depressão, além de sentirem vergonha de falarem sobre isso. Outro dado alarmante é que eles não estão convencidos sobre a importância do tratamento.
A pesquisa Depressão, suicídio e tabu no Brasil: um novo olhar sobre a Saúde Mental (IBOPE Conecta, 2019) revelou que 26% dos entrevistados entre 18 a 24 anos consideram que a depressão é uma “doença da alma”. Porém, quando se analisa a faixa etária acima de 55 anos, apenas 15% têm essa percepção. Em relação ao tratamento, 29% dos jovens entre 18 e 24 anos também não estão totalmente convencidos de que a depressão é uma doença como qualquer outra e, por isso, pode ser tratada com sucesso.
O que é depressão: entendendo a doença
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) explica que a depressão é um transtorno mental frequente e, mundialmente, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, das mais diversas idades, sofram com esse transtorno. Além disso, a organização também destaca que a depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo. Outras revelações sobre a depressão:
- No geral, as mulheres são mais afetadas do que homens;
- Existem vários tratamentos eficazes para depressão;
- Em situações extremas, a depressão pode levar ao suicídio.
Para o Ministério da Saúde, a depressão é um problema médico grave e com muita incidência na população em geral. A prevalência de depressão, ao longo da vida no Brasil, está em torno de 15,5%.
Porém, é necessário tomar cuidado para não confundir depressão com tristeza. Para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a depressão é mais do que sentir-se triste por alguns dias. Além disso, a doença pode se manifestar de várias maneiras diferentes e pode causar diversos sintomas.
Alguns subtipos da depressão
- Distimia: É um quadro mais leve e crônico. As alterações estão presentes na maior parte do dia durante e todos os dias. Sua duração é, no mínimo, por dois anos. É possível ocorrer oscilações, mas, no geral, prevalecem queixas de cansaço e desânimo durante grande parte do tempo;
- Depressão endógena: é caracterizada pela predominância de alguns sintomas, como perda de interesse em atividades normalmente agradáveis, sendo a piora mais visível pela manhã, além da falta de reatividade do humor, lentidão, dentre outros;
- Depressão Atípica: caracterizada pela inversão dos sintomas, como aumento de apetite e/ou ganho de peso, dificuldade para conciliar o sono ou sonolência, dentre outros;
- Depressão psicótica: é um quadro grave, caracterizado pela presença de delírios e alucinações;
- Depressão secundária: caracterizada por síndromes depressivas associadas a doenças médico-sistêmicas e/ou por medicamentos;
Principais causas da depressão
Quando tentamos entender o que é depressão e suas causas, é importante perceber que a depressão é o resultado de uma complexa interação de diversos pontos, tais como fatores:
- Sociais e psicológicos: por exemplo, eventos e situações estressantes podem desencadear episódios depressivos em indivíduos que têm uma predisposição genética a desenvolver essa doença;
- Genéticos: estudos indicam a existência de um componente genético;
- Biológicos: há evidências de deficiência de determinadas substâncias cerebrais, chamadas de neurotransmissores.
Assim, a depressão é uma doença e há diversas evidências que mostram alterações químicas no cérebro da pessoa deprimida, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, até mesmo, dopamina). Essas substâncias têm a função de transmitirem impulsos nervosos entre as células. Além disso, ao contrário do que normalmente pode se pensar, os fatores psicológicos e sociais muitas vezes são consequências e não causa da depressão (Fonte: Ministério da Saúde).
Principais sintomas da depressão
Os sintomas irão variar de indivíduo para indivíduo, assim como o grau/intensidade. Mas, de maneira geral, podemos dividir os sintomas em duas categorias: psicológicas e físicas.
Sintomas psicológicos da depressão
- Sensação de tristeza e autodesvalorização;
- Sentimentos relacionados à culpa e a desesperança;
- Tendência ao maior isolamento familiar e social;
- Dificuldade de concentração;
- Apatia e falta de motivação;
- Irritabilidade, ansiedade e angústia.
Sintomas físicos da depressão
- Distúrbios no sono, como insônia ou excesso de sono;
- Cansaço físico;
- Perda ou ganho de peso;
- Alterações gastrointestinais;
- Redução do interesse sexual;
- Distúrbios no apetite, como a falta e, menos comum, excesso de apetite.
Como tratar a depressão
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) revela que há várias formas de tratamento para depressão e que depende das recomendações do profissional em relação a determinado paciente. Além disso, existem tratamentos que levam algumas semanas para fazer efeito.
Assim, o tratamento antidepressivo deve ser realizado levando em consideração cada indivíduo. No caso da psicoterapia, ela pode aliar mudanças no estilo de vida do paciente e o uso de medicamentos. A escolha do tratamento estará relacionada com o diagnóstico do paciente e da gravidade dos sintomas.
É possível prevenir a depressão?
A resposta é sim, há algumas formas para tentar prevenir a depressão, sendo a principal a adoção de uma vida saudável (Fonte: Ministério da Saúde). Dentre as ações práticas, destacam-se:
- Ter uma dieta equilibrada;
- Praticar atividades físicas regularmente;
- Evitar o consumo de álcool;
- Diminuir as doses diárias de cafeína;
- Manter uma rotina de sono regular.
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