Entenda o que são os antidepressivos, quando é necessário tomá-los, veja quais são os seus efeitos colaterais.
Assim como revela o próprio nome, os antidepressivos são medicamentos utilizados, principalmente, para tratar os casos de depressão.
De acordo com o Ministério da Saúde, a depressão é um problema médico grave altamente prevalente na população em geral. De acordo com um estudo, a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%. Já de acordo com a OMS, a época comum do aparecimento é o final da 3ª década da vida, mas pode começar em qualquer idade.
Para entender mais sobre estes medicamentos, no post de hoje vamos explicar para que serve o antidepressivo, quando é necessário tomá-lo e ver quais são os seus efeitos colaterais.
Vamos lá?
Tipos de antidepressivos
De acordo com o MSD Manuals, os principais tipos de antidepressivos incluem:
- Inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs);
- Antidepressivos mais modernos;
- Antidepressivos heterocíclicos;
- Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs).
A maioria dos antidepressivos precisa ser tomada regularmente durante, no mínimo, algumas semanas antes que eles comecem a fazer, de fato, efeito.
Muitas pessoas precisam tomar antidepressivos por 6 a 12 meses para evitar recorrências. Pessoas com mais de 50 anos podem precisar tomá-los por até dois anos.
Além disso, é importante destacar que os efeitos colaterais variam de acordo com o tipo de antidepressivo. Às vezes, quando o tratamento com um medicamento não alivia a depressão, é receitado uma classe diferente ou uma combinação de medicamentos antidepressivos.
A seguir vamos falar das duas primeiras classes.
Inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs)
Na classe dos ISRS são incluídos:
- Citalopram;
- Escitalopram;
- Fluoxetina;
- Fluvoxamina;
- Paroxetina;
- Sertralina;
- Vilazodona.
Estes fármacos têm o mesmo mecanismo de ação, mas há diferenças em suas propriedades clínicas: por isso, a seleção correta por parte do profissional é fundamental.
Além disso, os ISRS têm margem terapêutica ampla; eles são relativamente simples de administrar, com pouca necessidade de ajustes de dose (exceto para fluvoxamina), conforme indica o MSD Manuals.
Antidepressivos mais modernos
Antidepressivos mais modernos são tão eficazes e seguros quanto os ISRSs e têm efeitos colaterais muitos similares.
Esses medicamentos incluem:
- Inibidores de recaptação de noradrenalina- dopamina (por exemplo, a bupropiona);
- Moduladores de serotonina (como mirtazapina e trazodona);
- Inibidores de recaptação de serotonina- noradrenalina (como venlafaxina e duloxetina).
Assim como pode ocorrer com os ISRSs, o risco de suicídio pode aumentar temporariamente quando esses medicamentos são tomados pela primeira vez e a interrupção abrupta de inibidores de recaptação de serotonina- noradrenalina pode resultar em uma síndrome de abstinência.
Quando se deve tomar um antidepressivo?
De acordo com o Ministério de Saúde, a depressão é uma doença mental de elevada prevalência e é a mais associada ao suicídio. Além disso, ela tende a ser crônica e recorrente, principalmente quando não é tratada.
O tratamento para a depressão é medicamentoso e psicoterápico.
Como é feita a escolha do antidepressivo?
A escolha do antidepressivo é feita com base em relação ao:
- subtipo da Depressão;
- antecedentes pessoais e familiares;
- boa resposta a uma determinada classe de antidepressivos já utilizada;
- presença de doenças clínicas;
- características dos antidepressivos.
Além disso, o Ministério de Saúde aponta que 90-95% dos pacientes apresentam remissão total com o tratamento antidepressivo. É de fundamental importância a adesão ao tratamento. Uma vez interrompido por conta própria ou uso inadequado da medicação pode aumentar significativamente o risco de tornar a doença muito mais crônica.
Tem pessoas que podem ser resistentes aos antidepressivos?
De acordo com a BBC, apesar de existirem várias terapias com medicamentos e tratamentos psicológicos eficazes para a depressão, em uma parcela dos portadores (entre 10% e 30%) elas fazem pouco ou nenhum efeito.
Essas pessoas têm a chamada depressão resistente ao tratamento, também conhecida como refratária ou não responsiva.
E o que isso significa? É quando o paciente, após tratamento com duas classes diferentes de antidepressivos, por mais de seis semanas e em doses terapêuticas, não apresenta melhora. É importante destacar que as causas para isso ainda não são totalmente conhecidas.
Principais efeitos colaterais dos antidepressivos
De acordo com o Jornal da USP, dentre os efeitos adversos mais comuns presentes na maior parte das classes destes medicamentos, estão:
- taquicardia;
- disfunção sexual;
- reações anticolinérgicas.
Os antidepressivos mais modernos, apesar de apresentarem maior tolerância, ainda possuem reações colaterais. As mais comuns são:
- problemas gastrointestinais;
- cefaleia;
- falta de coordenação motora;
- alterações no sono e no nível de energia.
O Globo traz um estudo do Reino Unido que apontou que milhões de pessoas podem apresentar efeitos colaterais ao tentar reduzir o uso de antidepressivos.
A revisão indica que, em média, 56% dos pacientes que interrompem ou reduzem os antidepressivos apresentam sintomas de abstinência, com 46% deles relatando sintomas graves.
Além disso, a revisão aponta que a maioria dos estudos analisados mostra que uma proporção significativa de pacientes apresentou sintomas de abstinência por mais de duas semanas e que não é incomum que apresentem sintomas por várias semanas, meses ou mais. Dentre os sintomas, têm-se:
- ansiedade;
- problemas para dormir, como insônia;
- alucinações.
O estudo indica que é preciso alertar os pacientes sobre esses possíveis efeitos, enfatizando que a orientação vigente no país diz que não é incomum que os efeitos colaterais durem semanas, meses ou mais.
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